A História da Biblioteca Mario de Andrade em São Paulo
Se tropeçássemos em uma pedra que nos XIX, ainda presa no seu “triângulo histórico”, daríamos de cara com um sujeito que se chamava Dom Mateus de Abreu Pereira – que conseguiu disponibilizar para estudantes um acervo de aproximadamente mil volumes junto à livraria que possuía. A iniciativa privada já mostrava sua cara e o sistema público a sua ausência.
Só a partir de 1825 que, por iniciativa do então presidente da província de São Paulo, funda-se a primeira Biblioteca Pública Oficial de São Paulo. A idéia parece interessante, mas ainda muito pouco articulada, não possuindo prédio próprio e funcionando nos fundos da Faculdade de Direito no Largo do São Francisco. O acervo reuniu os livros de Dom Mateus que havia falecido e mais cinco mil volumes adquiridos da Biblioteca do Convento São Francisco.
Embora o acervo da antiga Biblioteca Pública Oficial de São Paulo pertencesse a uma instituição pública, sua função de biblioteca universitária privava a cidade da existência de uma biblioteca de livre acesso.
Em 1911, foi fundada a Biblioteca Pública do Estado de São Paulo – mesmo com esse nome ela tinha acesso restrito à comunidade, tendo a função de guardar os documentos e o acervo bibliográfico do executivo estadual.
Quinze anos depois, a Câmara Municipal institui, em um casarão da Rua 7 de Abril, a Bibliotheca Municipal de São Paulo tendo como base seu acervo de cerca de 15 mil volumes – ou seja, a cidade de São Paulo só vai possuir uma consulta formal e acessível em 1926. «Os Sapos» de Manuel Bandeira já tinha sido declamado no palco do