A Historia da Psicologia
O século XIX desponta com grande vigor, trazendo consigo novas exigências científicas, reorganização da sociedade e uma nova ordem econômica, que colocaram em movimento o universo, minando o que ainda havia da era medieval. O conhecimento deixa de ser fruto da revelação e das figuras de autoridade, consideradas anteriormente como fonte única da verdade, passando a ser visto como produto da razão humana. O homem deixa de ser o centro do universo para tornar-se livre, sem os limites impostos pela Igreja, que passou a ter seus dogmas questionados, aliás, desde a Reforma Protestante, que possibilitou que o homem estabelecesse uma relação direta com Deus, sem intermediários.
Em função dos interesses da burguesia, era fundamental que o homem se tornasse livre, pois assim esta também seria beneficiada. De igual modo, questionava-se o universo e a Natureza, tendo em vista a necessidade de transformar ao primeiro e de explorar a matéria-prima do segundo. Diante de tais condições, vê-se crescer a ciência moderna, a qual primava pelo rigor, objetividade e neutralidade surge o Positivismo de augusto Comte, que propunha como modelo para as ciências humanas, a Física. Nesse contexto, os fenômenos psicológicos deixam de ser objeto da Filosofia e passam a ser investigados pela Fisiologia, a Neurofisiologia, a Neuroanatomia e a Psicofísica. São essas ciências que permitirão que se desenvolvam as teorias acerca do sistema nervoso, como centro de excelência para o estudo dos sentimentos, do pensamento e da percepção.
Nesse contexto, a Alemanha era o país que reunia as principais condições para o desenvolvimento da Psicologia, tais como: a) um maior desenvolvimento da fisiologia; b) a concepção de ciência entre os alemães era muito mais ampla do que na França e na Inglaterra, envolvendo não apenas a química e a física, mas também a lingüística, a fonética, a história, a crítica literária, a arqueologia, a estética e a