História da Psicologia
A psicologia foi proposta como ciência no final do século XIX por Wilhelm Wundt (18321920) e William James (1842-1910). Na verdade, a ideia de psicologia como ciência já estava em germe na obra de autores que viveram e trabalharam mais ou menos na mesma época de Wundt e James (cf. Boring, 1957; Woodward & Ash, 1982). Mas foram Wundt (1922 [1897]) e James (1962 [1892]) que elaboraram de modo sistemático o projeto da psicologia científica e deram início, desse modo, à psicologia moderna.
Toma-se, aqui, o projeto da psicologia científica como objeto de reflexão epistemológica. Trata-se de uma reflexão que pertence ao gênero epistemologia unitária ou teoria unitária do conhecimento, o que significa dizer que a psicologia é conhecimento unitário. Decorre dessa reflexão que história da psicologia é história da ciência psicológica, um tipo de investigação que pertence ao gênero história da ciência.
A história da ciência psicológica começa com Wundt, James e seus precursores, identificados, naturalmente, com as ideias veiculadas nas obras desses fundadores do projeto científico da psicologia. A história da ciência psicológica é contada a partir da concepção de ciência que Wundt e James usam para distinguir a psicologia como ciência da psicologia como metafísica. A pré-história dessa ciência conta a história da psicologia metafísica. Com base em Bachelard (cf. Canguilhem, 1972), pode-se chamar a história da psicologia científica de história sancionada e a pré-história da psicologia científica de história superada.
Logo no ponto de partida, o projeto científico da psicologia se bifurca, pois Wundt e James apresentam concepções diferentes de ciência psicológica, e, na sequência, o que o século XX testemunhou foi uma multiplicação de acepções de psicologia científica. Diante da proliferação da psicologia moderna, a reflexão epistemológica sobre a psicologia pertence ao gênero epistemologia pluralizada, ou teoria pluralizada do conhecimento, o que