A heresia dos índios; catolicismo e rebeldia no brasil colonial / ronaldo vainfas. – são paulo: companhia das letras, 1995. cap.2 santidades amerindias (39 a 64)
VAINFAS, Ronaldo; A heresia dos índios; Catolicismo e rebeldia no Brasil colonial / Ronaldo Vainfas. – São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Cap.2 SANTIDADES AMERINDIAS (39 a 64)
1. Brasil – Historia – Período Colonial 2. Idolatria – Brasil – Historia – Brasil Colonial – 3. Igreja Católica – Historia – Período Colonial 4. Índios na America do Sul – Religião e Mitologia 5. Inquisição – Brasil
“De certos em certos anos vêm uns feiticeiros de mui longes terras, fingindo trazer santidade, ao tempo de sua vinda lhes mandam limpar os caminhos...” (Manoel da Nóbrega, 1549)
PROFETISMO TUPI E COLONIALISMO
Vainfas (1995, p.41) trás diferentes pensamentos a respeito da religiosidade entre os nativos da costa brasileira no século XVI.
"Em seu clássico O messianismo no Brasil e no mundo, Maria Isaura Pereira de Queiroz assinalou o clima de efervescência religiosa que grassava entre os nativos da costa brasileira no século XVI, verdadeiras explosões de entusiasmo coletivo que não passaram despercebidas pelos europeus." Esse entendimento por parte dos europeus se mostra presente nos seguintes trechos que o autor nos trás descrito no texto: "Profetas indígenas iam de aldeia em aldeia apresentando-se como reencarnação de heróis tribais, incitando os índios a abandonar o trabalho e dançar", pois estavam para chegar os novos tempos "que instalariam na terra uma espécie de Idade de Ouro". Segundo Maria Isaura essa Idade de Ouro indicava um tempo e um lugar especifico na cultura tupi-guarani. Um tempo de redenção entre os homens, tempo de se obter a eterna juventude, quando não a imortalidade. Embora a maioria dos cronistas e viajantes quinhentistas percebessem o clima religioso entre os nativos, esses por sua vez preferiam negar a existência de alguma fé vinda destes. Vainfas trás também a visão de alguns etnólogos dedicados aos estudos tupi-guarani a respeito da busca da terra sem mal. Os colonizadores, segundo o autor, ficaram impressionados