A hemorragia do contínuo mito da ciência
A hemorragia do contínuo mito da ciência
A ciência se equilibra numa corda abstrata de supremacia da sua legitimação como real, racional e verdadeira. São os que não detêm essa cientificidade, por uma questão condicionada socialmente e economicamente pela sociedade capitalista, os que garantem à ciência seu lugar social respeitado transcendendo-a à semântica mítica. Assim, conhecimento científico para quem?
O conhecimento por si só é a percepção pura do empírico vista pelo sujeito e assim determinada, após certa abstração desta. Digamos que nesses anos de evolução e reevolução questionamentos surgiram e quando contestados e afirmados mudaram concepções. Conhecemos o novo sempre contrapondo o anterior. Na sociedade ocidental essa empiria é condenada, sendo vista como conhecimento cotidiano ou vulgar. O relevante é o conhecimento científico que é racional, real, convincente e provisório. A professora doutora Alice Ribeiro Casimiro Lopes, em Conhecimento escolar: ciência e cotidiano; entremeia os dois tipos de conhecimento para levá-los a realidade educacional. Bebe do filósofo francês Gastón Bachelard especialmente o conceito da retificação dos erros para uma compreensão de ciência.
Estar na empiria é um tanto translúcido diante do discurso da ciencia. Os leigos são privados de uma noção significativa do que é conhecimento cientifico e dotados somente do vulgarizado senso comum. Então entre suas simplórias comparações o que é científico, é sempre melhor. Ainda mais quando ele é potencializado em discursos condicionados à mediação da mídia que serve de aparelho ideológico. É o superior e o verdadeiro e que por esses olhos se torna mítico. Em um trecho do seu livro Alice descreve:
“O senso comum ainda tende a interpretar o conhecimento científico como equivalente a todo conhecimento objetivo, verdadeiro em termos absolutos, não-ideológico por excelência, sem influência da subjetividade e, fundamentalmente, des-coberto e