A Gênesis do Brasil
Jorge Couto inicia seu trabalho, não só apenas apresentando os ameríndios, como também mostra o papel dos índios, suas realizações e conquistas. Por isso, o autor coloca e confirma, na sua obra, a expressão do historiador Capistrano de Abreu, o “descobrimento sociológico do Brasil”. Além do choque cultural, a dúvida do “achamento” ser uma ilha ou terra firme. O fato é que, no início a forma de integrar a possessão sul-americana ao império português, a corte de Lisboa, nas três primeiras décadas do “achamento” adotou-se o sistema de arrendamento e, posteriormente, de “capitanias de mar e terra”.
No governo de d. João III, foi desencadeado o processo de colonização após três modelos institucionais diferentes, que, segundo Couto, levou a terra do Brasil à dignidade de Província de Santa Cruz. A luta travada pelos portugueses para garantir a soberania litorânea construiu uma América portuguesa do Amazonas ao Prata. A consequência desse controle litorâneo foi o aumento demográfico, dos espaços urbanos, da área cultivada, incremento das atividades econômicas e ampliação do catolicismo, levando a considerar uma Nova Lusitânia ou um outro Portugal.
O processo de construção do Brasil com outros grupos étnicos euro-afro-americanos pela troca de linguística, e zoologia e da gastronomia à epidemias, pela cooperação ou conflito deu origem a uma criação original e distinta de cada uma dos componentes.
No ano de 1500, no dia 9 de março, zarpou de Lisboa, a segunda armada da Índia, formada por 13 velas (noves naus, 3 caravelas e uma naveta de mantimentos) capitaneado por Pedro Álvares Cabral e demais companheiros. Segundo Jorge Couto, foram embarcados entre 1200 e 1500 homens, dos quais se encontravam homens de guerra, feitor, comerciantes, escrivães, cosmógrafos, um vigário, 8 sacerdotes, 8 franciscanos, interpretes e indianos que fora levados à Lisboa por Vasco da Gama e degredados. Em 22 de abril, avistaram um grande monte que denominaram Monte Pascoal e