A origem da Guerra do Iraque Aqui pretendemos analisar em que medida as alterações de poder no sistema internacional se conectam com o conflito no Iraque e procuramos relacionar, historicamente, os conflitos ocorridos de Irã-Iraque e no Golfo Pérsico com as alterações de poder na ordem internacional e focamos a questão do petróleo como um fator principal desses conflitos. A partir do século XIX, os interesses pelas regiões do Oriente Médio e do Golfo Pérsico aumentaram com o aparecimento do novo fator, o petróleo. A divisão dos territórios asiáticos pertencentes ao Império otomano, que se desfazia, foi feita através de acordos entre as potências mundiais durante a Primeira Guerra Mundial. Depois do conflito, a Grã-Bretanha e a França, através do Tratado de Sèvres, passaram a ter o controle da região, conforme o acordado anteriormente. No Mediterrâneo Oriental, em 1947 a Grã-Bretanha recorreu aos EUA para que os ajudassem, pois reconheceu que não tinha mais condições de dominar a região, foi quando avançaram para ajudar e assumir a função de potência protetora na Grécia e na Turquia. Em 1951, a Indústria Anglo-Iraquiana de Petróleo, que era até então controlada pelos britânicos, foi nacionalizada no Irã e com isso trouxe grandes mudanças na região. A empresa inglesa explorava o petróleo na região desde o início do século e em 1953, os EUA e a Grã-Bretanha fizeram uma intervenção na região e mantiveram o Xá do Irã, no poder junto ao movimento nacionalista que desejava retirá-lo de seu trono. A garantia do fluxo de petróleo era indispensável para poder concorrer contra o comunismo coreano. O mercado petrolífero era um oligopólio privado com difíceis laços entre as empresas e os governos dos países consumidores. Até então, as empresas de petróleo, conhecidas por Sete Irmãs, determinavam a quantidade de petróleo produzido. O preço do barril de petróleo manteve-se baixo, favorecendo assim, o aumento do consumo desse produto. Durante as décadas de 50 e 60,