a grande historia
O Corpo Seco.
Cena 01 – EXT. Grandes latifúndios, estrada beirando uma encruzilhada – Madrugada.
Um homem velho completamente bêbado cambaleia pela estrada, aos solavancos e resmungos típicos de um alcoolizado. Numa das mãos, uma garrafa de cachaça na qual dá goladas quase constantes e na outra segura seu chapéu, que vira e meche, coloca e tira da cabeça. Ele está a voltar do bar que fica na cidade, vem caminhando pela estrada de terra batida, e está a cantarolar fervorosamente uns versos de musica.
Velho Bêbado (Zé):
_Uma moça bonita de olhar agateado...
_Deixou em pedaços o meu coração...
_Uma onça pintada e seu tiro certeiro...
_Deixou os meus nervos de aço no chão...
_Foi mistério e segredo, e muito mais...
_Foi divino brinquedo, e muito mais...
_Se amar como dois... ANIMAIS !!!
E por ai vai seu cântico, se apresentando para a madrugada. Mais uma vez ele entorna a garrafa de cachaça, e percebe que ela já está vazia, insiste, dá umas tapinhas na base da garrafa, só pra sentir as ultimas gotas queimarem a língua, porém a garrafa se exauriu, isso deixa o velho irritado e furioso, ele pragueja.
Velho Bêbado (Zé):
_Inferno! Diacho de uma garrafa que insiste em ficar vazia, logo agora que não tô nem na metade do caminho. Mas que Diabo!
Dizendo isso o homem atira a garrafa para longe e continua caminhando torto pela encruzilhada, resmungando o dobro de antes. Sem perceber que está sendo seguido, que na penumbra, uma figura sinistra espreita as cercas e barrancos, no encalço do velho bêbado resmungão. Velho Bêbado (Zé):
_Nem uma única gota de álcool pra adoçar esse caminho amargo, pobre de mim... Um infeliz infortunado, um injustiçado, um pobre coitado sozinho no mundo...
Antes que pudesse completar os resmungos, uma voz esganiçada e penetrante ecoa das sombras na encruzilhada, uma murmurar sinistro, isso faz o homem parar imediatamente, estático, alerta, ele