A Grande História
A Grande História tenta analisar os eventos passados dentro de um contexto de múltiplas escalas de tempo, desde o Big Bang até os tempos atuais, buscando delinear padrões comuns e temáticas recorrentes. Como este recorte sai automaticamente da definição de História como "estudo do acontecer humano", é discutível se a Grande História pode ser considerada um desdobramento da ciência histórica ou uma "multi-ciência", que utiliza de dados da biologia, astronomia, arqueologia, antropologia e sociologia para embasar seus estudos.
O campo surgiu como uma resposta à crescente especialização e reducionismo científico do século XX, em uma tentativa de abarcar a História como um todo, cruzando dados em temáticas comuns ao longo do tempo. A História tradicional geralmente limita-se ao estudo da palavra escrita, que engloba apenas os últimos 5.000 anos, ou estudos de cultura material, que alongam esta periodização em alguns séculos, deixando inexplorada, na visão dos adeptos da Grande História, a maior parte dos eventos relevantes para o conhecimento científico.
Historiografia da Grande História[editar | editar código-fonte]
Os primeiros cursos de Grande História foram palestras experimentais organizadas no final dos anos 80 pelo historiador estadunidense John Mears, da Southern Methodist University, em Dallas, Texas. Seu maior expoente é o historiador David Christian, da Macquarie University, na Austrália. Cursos mais recentes foram inaugurados em várias universidades dos Estados Unidos, notavelmente a San Diego State University.
O primeiro livro tratando exclusivamente sobre o tema foi The Structure of Big History: From the Big Bang until Today, de Fred Spier, publicado em 1996. O livro oferece uma ambiciosa defesa do projeto e tenta construir um modelo unificado da História ao longo de múltiplas escalas de tempo.
Atualmente, o texto essencial da disciplina é Maps of Time: An Introduction to Big