A grande depressão de 1930
por Hans F. Sennholz, segunda-feira, 21 de junho de 2010
N. do T.: A crise financeira que engolfou os países da Europa, e que vem obrigando seus governos a cortar gastos, aparentemente excitou os inúmeros comentaristas keynesianos que infestam os jornais mundiais. O "senso comum" é que cortes nos gastos do governo representam justamente aquilo que não deve ser feito de maneira alguma em momentos de recessão. A justificativa prática contra o equilíbrio orçamentário a que recorrem é famosa: em 1937, ainda durante a Grande Depressão americana, o governo Roosevelt havia concordado em reduzir o déficit do governo americano. Como consequência, dizem eles, a economia apresentou uma contração e o desemprego subiu de 14 para 19%.
O presente artigo, além de fazer um vigoroso e completo relato das políticas destrutivas adotadas durante a Grande Depressão — políticas essas que serviram apenas para prolongar por uma década uma recessão que poderia ter sido resolvida em dois anos —, mostra por que a redução do déficit governamental durante apenas um ano não pode ser responsabilizada pelo agravamento da recessão: havia outros fatores em jogo, outras políticas intervencionistas que foram implantadas e que ajudaram a agravar o cenário econômico — muitas das quais seguem sendo advogadas até hoje.
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Embora a Grande Depressão tenha engolido o mundo há muitos anos, ela ainda permanece viva como um pesadelo na memória dos indivíduos velhos o bastante para se lembrar dela e como um espectro assustador nos livros-texto da atual juventude.
Treze milhões de americanos - 25% da força de trabalho - ficaram desempregados, "não desejados" no processo de produção. Um em cada quatro trabalhadores vagueava pelas ruas, na penúria e no desespero. Milhares de bancos, centenas de milhares de empreendimentos e milhões de agricultores foram à falência ou encerraram suas operações