A globalização
STIGLITZ, Joseph E. A globalização e seus malefícios: a promessa não-cumprida de benefícios globais. São Paulo: Editora Futura, 2002, 328 p.
Álvaro Roberto Labrada Bado
Joseph Stiglitz, professor na Universidade de Columbia e um dos mais respeitados economistas da atualidade, ganhador do prêmio Nobel de Economia de 2001, procura fazer em seu livro uma análise critica da globalização, que pode ter um efeito “devastador sobre os países em desenvolvimento e suas populações, se for mal conduzida”. Apesar de sua preocupação, o autor, que já foi economista-chefe e vice-presidente sênior do Banco Mundial, se encontra otimista; a remoção de barreiras ao livre comércio e a maior integração das economias regionais podem ser uma força favorável, com potencial de enriquecer todas as pessoas do mundo, em especial as menos favorecidas. No entanto, é preciso repensar amplamente a forma como a globalização tem sido gerenciada pelos Estados Unidos e pelas instituições multilaterais por meio do Consenso de Washington e a condução pelo FMI das crises financeiras no decorrer destes últimos anos.
O livro discorre sobre “as promessas das instituições globais”, criticando os burocratas internacionais, símbolos sem rosto da ordem econômica mundial. As manifestações e os protestos contra as políticas e as ações das instituições defensoras não são recentes. Há décadas, as populações no mundo em desenvolvimento protestam quando os programas de austeridade impostos a seus países se revelam severos demais, levando os países a profundas crises sociais e econômicas, e – o que é pior – não têm sido ouvidas pelo Ocidente rico e próspero. No mundo em desenvolvimento, a globalização não trouxe os benefícios econômicos prometidos, opinião compartilhada inclusive por outros intelectuais.
Para compreender o que deu errado, é importante analisar as três principais instituições que controlam a globalização: o FMI, o