A Genese Regional Da Revolu O De 30
A “Revolução de 30” pode ser considerada, sob vários aspectos, a primeira revolta ou movimento armado da história do Brasil com características marcadamente nacionais.
A “Revolução de 30”, não obstante, foi nacional não apenas em suas propostas e conseqüências. A articulação tanto da chapa Vargas-João Pessoa, a Aliança Liberal, como do levante armado para derrubar o governo de Washington Luís, partiu dos estados descontentes - inicialmente Rio Grande do Sul e Paraíba, esta última simbolizando o nordeste - mas logo dividiu Minas Gerais e encontrou adeptos até em São Paulo, no Partido Democrático e nas populações urbanas que, segundo relatos, saudavam estusiasticamente os aliancistas quando da campanha eleitoral. Finalmente, o apoio do Exército, instituição marcadamente de caráter nacional, foi fundamental para a vitória da “revolução”, mas os militares pouco participaram do começo das articulações, quando da formação da Aliança Liberal, então sob a liderança de políticos civis.
Que condições ensejaram aos políticos deste estado a liderança da chapa oposicionista ao situacionismo federal, a “Aliança Liberal” e, posteriormente, do movimento armado que deu fim à República Velha?
Vargas: como um fazendeiro de São Borja, supostamente de formação oligárquica e conservadora, poderia estar à frente de projeto “modernizante” de tão grande envergadura?
Há praticamente consenso entre os analistas de que a partir de 1930 a economia brasileira passou por expressivas mudanças, aprofundando sua industrialização (11,2% de taxa de crescimento da indústria entre 1933 e 1939), incentivando a diversificação agrícola e as exportações, visando diminuir o peso da cafeicultura, e criando vários mecanismos e órgãos dentro do aparelho do Estado para organizar, dirigir e executar políticas públicas muito além das admitidas pelo liberalismo clássico. O Estado Novo, a partir de 1937, aprofundou tal intervencionismo recorrendo à inspiração nitidamente