A função da escola
Nos últimos anos, o conceito de qualidade de ensino vem gerando polêmica entre os educadores e pesquisadores preocupados com a precariedade da escola brasileira. Todos concordam que a escola que temos precisa elevar a sua qualidade, porém há divergência quanto aos indicadores de qualidade, o que implica uma compreensão do papel da educação no processo de desenvolvimento do país. Se para alguns, seu papel é de formar cidadãos conscientes e participativos capazes de ajudar a transformar as estruturas injustas da sociedade, para outros, a educação é concebida como a possibilidade do país sair da crise em que se encontra e como estratégia de desenvolvimento econômico. Segundo ENGUITA (1994) é possível se discutir o conceito de qualidade de ensino a partir de três lógicas. Num primeiro momento, a qualidade de ensino foi identificada com a dotação de recursos humanos e materiais dos sistemas escolares ou suas partes componentes: gastos públicos aplicados, custos por aluno, por professores, duração da formação escolar, nível do salário dos professores, etc. Esta é a lógica do “Bem-Estar”, a lógica dos serviços públicos, que, em síntese, pretende medir a qualidade tendo como referência os gastos públicos aplicados à educação. Num segundo momento, as análises sobre a qualidade do ensino voltam sua atenção não mais para os gastos em recursos (humanos e/ou materiais), mas para os processos: conseguir o máximo resultado com o mínimo custo. Essa é a lógica da produção empresarial privada. Hoje, predomina a lógica da competição no mercado e a qualidade do ensino passa a ser identificada com os resultados obtidos pelos estudantes, tais como: taxa de evasão e repetência, egressos dos cursos superiores, taxas de aprovação, comparações internacionais do rendimento escolar, etc. A função da escola é propor formas de desenvolver com seu alunado uma visão de conhecimento e de interação com o