A fundição do futuro
O moderno processo que utiliza alumínio semi-sólido pode ser uma opção para a indústria brasileira
A fundição de ligas de alumínio semi-sólidas foi descoberta há mais de 20 anos e sua aplicação permite a fabricação de peças mais leves e resistentes, com possibilidade de qualidade de acabamento superior. Por essa razão, ela é usada nas indústrias automotiva, de computadores, eletrônica embarcada e telecomunicações.
Esse processo, conhecido como tixofundição, até então praticamente desprezado pelas empresas especializadas do Brasil, começa a atrair interesse da indústria brasileira. O processo de fundição de metais semi-sólidos foi descoberto pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), em meados dos anos 1980, e há mais de dez anos vem sendo empregado pela indústria dos países desenvolvidos. Estados Unidos, Itália, França, Alemanha, Austrália e Japão já empregam o processo com regularidade.
A professora Maria Helena Robert, coordenadora do grupo de pesquisa em Solidificação/Fundição e Tixoconformação do Departamento de Engenharia de Fabricação da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desenvolve trabalhos na área desde 1985. Ela afirma que já recebeu diversas consultas de empresas instaladas no país sobre o emprego da fundição de alumínio semi-sólido, mas, segundo ela, o que dificulta é a falta de fornecedores brasileiros da matéria-prima apropriada.
Algumas ligas semelhantes são fabricadas no país, mas as utilizadas na tixofundição necessitam de tratamento diferenciado, e, ao serem importadas, ficam com o custo agravado por conta do transporte. "Como empresas brasileiras não querem arriscar investimentos na fundição de semi-sólido, temendo não haver consumo suficiente, não se fabrica a matéria-prima necessária, e isso cria um círculo vicioso", afirma.
Especialista em tixofundição, o professor titular da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Maurizio Ferrante, afirma que o processo não está