A força do povo : Brizola e o Rio de Janeiro
Organizadora : Marieta de Moraes Ferreira
Brizola voltou do exílio no intuito de participar das eleições para governador do Rio de Janeiro.Nesse sentido,adotou como estratégia política um “tom emocional e carismático para o pleito,cujo desenho inicial parecia favorecer os grupos já estabelecidos no campo político local e os condutores do comedido processo de distensão política em curso no país.” . A autora,a partir de então,insere as eleições de 1982 no contexto político brasileiro da época : era o momento da distensão política “lenta,gradual e segura”,promovida pelo presidente Geisel e que teve sequência no governo Figueiredo.Figueiredo manteve duas figuras,caras à proposta de abertura política,em seu governo :Golbery do Couto e Silva,à frente da Casa Civil;e Petrônio Portela,conduzindo o Ministério da Justiça.Para eles,a distensão passaria,fundamentalmente,pela construção de um grande partido político,democraticamente legítimo,que pretendesse realizar eleições diretas para os governos estaduais e federal.Assim,criar-se-ia um clima de democracia,viablizando a saída pacífica dos militares do poder.
“Esse projeto previa que a regulamentação do processo político-partidário e do próprio calendário eleitoral seria orientada pela capacidade das forças políticas aliadas ao governo de criar condições de vencer as disputas eleitorais sem correr riscos de derrotas” . Para eliminar riscos,o governo pretendia enfraquecer a oposição (MDB) e caminhava para a construção de um “pluripartidarismo moderado”.
Ciente de que essa fragmentação diminuiria suas chances de vtória,o MDB defendia a manutenção do sistema partidário vigente.Contudo,em 1979,ainda que sem total anuência do Congresso,a Arena e o MDB foram extintos pela promulgação da Lei no 6767.É importante ressaltar que ainda que embora as regras para a abertura de novos partidos houvessem sido flexibilizadas pela aprovação do projeto,permanecia proibida a abertura de