A formação do profissional da educação infantil no brasil no contexto da legislação, das políticas e da realidade do atendimento
Resumo: O artigo apresenta de forma sucinta as características básicas das políticas de atendimento e das legislações concernentes, com o fim de caracterizar o padrão dominante na organização da educação infantil brasileira e situar as propostas e os desafios atuais da formação dos professores na área.
Palavras-chave: Educação infantil, legislação, formação de professores.
A discussão da formação do profissional da educação infantil requer uma abordagem histórica das políticas de atendimento e das legislações concernentes, as quais somadas às demandas sociais conformaram determinado padrão dominante de organização dos serviços voltados para as crianças pequenas, calcado em precário profissionalismo. Alguns autores brasileiros (Kishimoto, 1986; Kuhlmann Jr, 1998), em estudos sobre a história das instituições infantis, já apontaram a dupla trajetória das redes de cuidado e educação de crianças de 0 a 6 anos, constituídas pelas creches, escolas maternais, jardins de infância e similares. A tradição assistencial é visualizada na trajetória das creches e escolas maternais, destinadas sobretudo às crianças oriundas das famílias pobres. A tendência educacional é observada quando se trata dos jardins de infância ou escolas infantis, mais tarde chamadas de pré-primário e depois de pré-escolas, voltados inicialmente e de forma predominante para as crianças nascidas de famílias das elites. No Brasil, como em outros países do mundo ocidental, as creches, enquanto modo de guarda diário de crianças pequenas, nascem vinculadas às necessidades do trabalho feminino industrial fora do domicílio, visando também responder a questões diversas como o abandono, a desnutrição, a mortalidade infantil, a formação de hábitos higiênicos e a moralização das famílias operárias. É possível dizer que a creche é uma instituição que nasce no