A Forma o da Policia
A formação da policia é paradoxal. Birzer[1] defende que a maioria dos currículos de formação são concebidos para ensinar aos polícias uma pequena percentagem daquilo que eles irão fazer no futuro. Os currículos académicos estão demasiado centrados nas questões relacionadas com o direito penal e processual penal, as técnicas de intervenção policial, o uso das armas de fogo, o uso da força e as questões relacionadas com o trânsito e para além disso, as escolas ainda nomeiam estas matérias/disciplinas como as que envolvem maiores responsabilidades[2]. Meadows[3]verificou que os currículos da formação inicial da polícia em 46 estados nos EUA se ocupavam em demasia com questões relacionadas com o patrulhamento, a investigação criminal, o uso das armas de fogo e o uso da força e pouco tempo com a vertente interpessoal do policiamento. No mesmo sentido, Ness[4]inquiriu 210 policias recém – formados questionando-os acerca da adequação dos conteúdos de formação com as tarefas desenvolvidas nos primeiros meses de trabalho e os resultados demonstraram que 60% dos conteúdos leccionados foram inadequados, verificando-se que uma grande percentagem das tarefas para as quais são formados, não é relevante para o seu trabalho. Bradford e Pynes[5] realizaram um estudo que teve por objectivo analisar os currículos de formação policial nos Estados Unidos e concluíram que a formação básica pouco se alterou desde 1986, sendo que, menos de 3% do tempo de formação, é direccionado para os conteúdos relacionados com a tomada de decisão ou com as competências do pensamento e que o restante tempo é ocupado com actividades orientadas para a tarefa – saber fazer. Neste estudo apenas foi identificada uma excepção, que diz respeito aoCommonwealth of Massachusetts que procedeu a uma revisão completa do seu currículo de formação e onde