A FILOSOFIA CLÍNICA NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE AFASTAMENTO FAMILIAR
A FILOSOFIA CLÍNICA NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE AFASTAMENTO FAMILIAR. Quando um adulto, ciente de seus problemas procura ajuda terapêutica, ele sabe por que o faz e no momento em que pedimos que narre sua historicidade, ele o fará, mesmo que por algum motivo o faça de forma confusa ou deixando grandes lacunas entre as idades que cita. Mas aplicar a metodologia clínico filosófica seguindo as etapas: colheita categorial, com divisões e enraizamentos, exames categorias, EP autogenia e finalmente aplicação de submodos, em adultos é possível, ainda que em alguns casos surjam dificuldades. Mas com crianças, seguir a essa sequencia pode não ser possível, logo vem a pergunta: como fazer da Filosofia Clínica uma forma de tratar crianças? Essa foi a pergunta que me fiz quando resolvi aceitar o convite para trabalhar em uma instituição que abriga crianças e adolescentes afastados de suas famílias por decisão judicial . Durante os doze meses em que lá trabalhei, pude aprender sobre como usar a Filosofia clínica. Durante esses doze meses tive a oportunidade de atender 16 crianças entre 3 e 14 anos de idade e como qualquer pessoa que se encontra em um drama existencial e precisa ser ajudado, essas crianças precisavam, ser acolhidas, respeitadas, ouvidas e assim, entendi que por meio da Filosofia Clínica elas poderiam ser ajudadas.. Na instituição havia uma sala própria para esses atendimentos com muitos livros, brinquedos, jogos, o que ajudava bastante, pois esses recursos lúdicos nos ajudam quando, por exemplo, a pessoa não consegue se expressar bem verbalmente, não consegue narrar os fatos de sua vida de forma organizada e no caso das crianças esses recursos oferecem ajuda para que elas se expressem de forma mais fácil, seja desenhando, cantando, dançando, movendo peças de um jogo onde para ela exista alguma relação entre o que está