A FIGURA DO NEGRO E DO HOMOSSEXUALISMO EM FINS DO SÉCULO XIX

A FIGURA DO NEGRO E DO HOMOSSEXUALISMO EM FINS DO SÉCULO XIX

SOUSA, Patrícia Lino de¹
LEITE, Maria Gilvânia Duarte²

A renovação literária dá-se em um momento de maior crise da vida política brasileira, quando o país assiste à libertação dos escravos, e consequentemente, à modificação de toda a sua estrutura social e econômica. “O tema da abolição e, em segundo tempo, o da República serão o fulcro das opções ideológicas do homem culto brasileiro a partir de 1870” (BOSI, 2006, p. 164). Um novo ideário para a história do Brasil começa a partir de importantes mudanças que promoveram o desenvolvimento, a industrialização e urbanização paulista, que aos poucos difundiram-se pelo país. Além da abolição da escravidão, outros fatores como a questão militar e a questão religiosa influenciaram na queda do Império brasileiro. “[...] é sabido que o Ceará foi a primeira província brasileira a libertar os escravos, em 1884”.
Os negros foram introduzidos no Brasil, a partir do século XVI com a finalidade de atender a necessidade de mão de obra dos colonizadores brancos. Acredita-se que foram vítima de grande preconceito, mesmo depois da abolição da escravatura, tendo sua raça ligada a elementos considerados negativos pela a sociedade, como o homossexualismo.
A partir desses fatos históricos que passou o Brasil naquela época, têm-se as ferramentas necessárias para que se possa compreender o literato Adolfo Caminha (1867-1897) – naturalista, espírito inquieto e progressista. Para este e todo naturalista, o homem é um animal, guiado pelo efeito do meio ambiente, e pelas pressões do momento; este é convicto de que o homem carrega consigo taras, concepção essa que rouba do homem seu livre-arbítrio, a responsabilidade dos seus atos. Atrevemo-nos a dizer que se comporta como um “fantoche" em decorrência de certos momentos da vida, perdendo o autocontrole, impulsionado por forças físicas, ou seja, o protagonista de um romance naturalista fica à mercê das circunstâncias e não