Análise da obra literária - Bom crioulo
Obra: Bom Crioulo
Autor: Adolfo Caminha
Adolfo Ferreira Caminha nasceu em Aracati, no Ceará no ano de 1867 e vem a falecer em 1897 ainda muito novo, no Rio de Janeiro. Adolfo foi romancista, contista e crítico cearense e foi uma das figuras mais importante em relação ao Naturalismo. Sua obra, densa, trágica e pouco apreciada na época, é repleta de descrições de perversões e crimes que gerava ataques e polêmicas na época.
Ainda em sua infância se mudou com a família para o Rio de Janeiro e ingressou na Marinha de Guerra, chegando ao posto de segundo-tenente. Viajou como guarda-marinha, e terminou sua carreira militar após se transferir para Fortaleza, quando foi obrigado a pedir baixa (1888) devido a um envolvimento sentimental escandaloso para a época: fugiu com a esposa de um alferes, com a qual passou a viver. Trabalhando como guarda-marinha, começou a escrever e publicou o romance A Normalista (1893), de cunho naturalista, em que traçava um uma visão pessimista da vida urbana e que relata a história chocante de um incesto, em que Maria do Carmo, a normalista, é seduzida por João da Mata, seu padrinho.
Depois, segue para os Estados Unidos e, das observações da viagem, escreve "No País dos Ianques" (1894) que é publicada no Rio de Janeiro com a sua volta. No ano seguinte provoca escândalo, mas firma sua reputação literária ao escrever "Bom Crioulo", obra na qual aborda a questão do homossexualismo que na época era tabu.
Adolfo Caminha foi tenso também em relação à encruzilhada estética que foi o século XIX, cheia de possibilidades no campo geral das artes e da literatura em particular. E por fim, tenso em relação à escrita ficcional e à remuneração financeira desta. Tensão parece ser uma das suas principais características. Tensão entre a vida e a arte, entre o viver e o escrever, entre a escrita e a publicação, entre as letras e os números,