A fala dos imigrantes italianos residentes em São Paulo
A fala dos imigrantes italianos residentes em São Paulo
1-Inrodução
A proposta deste trabalho é analisar a fala comum dos imigrantes italianos que vivem no bairro do Brás na cidade de São Paulo, tendo como base quatro das poesias escritas por Francisco Papaterra Limonge Neto: “Inlusão e Desinlusão”; “ Sabe o Filipo?”; “Arfredo”; “Piquenique” e “Diadema” em seu livro de poesia e audiobook “Carmela, Assunta & Companhia”.
Francisco Papaterra Limonge Neto nasceu em 1921 em São Paulo e viveu a infância no Brás. Mais tarde, na Faculdade de Direito, passou a escrever poesia e a criar seus primeiros personagens moradores do bairro do Brás, usando como inspiração os casos que presenciava como Promotor Criminal e na Legião Brasileira de Assistência. Tendo estas bases, Papaterra buscou compor poemas que retratassem a realidade e a maneira de falar brasileira.
Segundo estimativa da embaixada italiana no Brasil, vivem no país cerca de 25 milhões de descendentes de imigrantes italianos. Os ítalo-brasileiros estão espalhados principalmente pelos estados do Sul e do Sudeste do Brasil, quase metade no estado de São Paulo. Assim, os ítalo-brasileiros são considerados a maior população de descendentes de italianos fora da Itália. É importante notar, contudo, que o Censo Brasileiro não pesquisa este tipo de informação, nem a Embaixada Italiana no Brasil realiza pesquisas neste sentido, fornecendo apenas dados aproximados. Mas, mesmo tratando-se de uma registro aproximado, não se pode ignorar a influência cultural que a presença tão expressiva destes imigrantes exerce sobre a língua e hábitos da população paulistana.
O trabalho também propõe a análise dos dados fonéticos, lexicais e morfosintáticos relacionada à variação linguística fundamentando-se nos textos de Dino Preti: “A norma linguística: perspectivas”; “Sociolinguística Os Níveis da Fala” e o texto de Roberto G. Camacho “A Variação Linguística”.