A expansão da fronteira agrícola na Amazônia (O Caso da Soja)
Embora sua característica fortemente econômica, a fronteira influenciou os mais diversos fatores sociais, demográficos, políticos e até mesmo culturais
O processo de expansão da soja na Amazônia tem sido parte integrante da dinâmica de territorialização de grandes corporações do agronegócio que dominam os circuitos mercantil-financeiros do complexo agroindustrial brasileiro. Assim sendo, produtores e lugares se inserem na ordem territorial das corporações, alterando o ecossistema, modos de vida, em favor de um imaginário desenvolvimentista.
A dinâmica territorial promovida pela expansão da fronteira da soja na Amazônia constitui processo de apropriação privada de enormes chapadas, campos abertos e de matas, de modo a inserir lugares às redes de modernização agrícola de conexões globais vinculadas às práticas das corporações do agronegócio. Assim sendo, a força da grande empresa traz como conseqüência um recorte vertical do território amazônico com repercussões no cotidiano das populações locais. Os territórios preexistentes são desorganizados e reorganizados em seus usos, a fim de atender a lógica dos circuitos mercantis, produtivos e financeiros em escala planetária.
Na Amazônia, a dimensão espaço-temporal da fronteira agrícola tem sido muito estudada, nas últimas décadas. Todavia, o avanço da soja adiciona maior complexidade: potencializa o desmatamento e a velocidade das mudanças no uso do território, empurrando a fronteira da pecuária e grupos sociais para áreas marginalizadas pelo grande capital.
Tal cenário remete à necessidade de (re)descobrir as forças confrontantes, as corporações, e suas estratégias, conhecendo-as por