A exclusão nas cidades e as instituições urbanas de inclusão social
I. A pobreza e a exclusão. Uma realidade urbana. Exclusão Social pode ser definida como a perda de vínculos, quer sociais, quer culturais. Associado a este conceito está também a falta de acessibilidade e executabilidade dos direitos e deveres como cidadão numa comunidade. É possível afirmar que a exclusão social será o resultado de vários factores tais como pobreza, etnia e religião. Nem sempre a pobreza e a exclusão social andam de ‘’mãos dadas’’, coexistindo como um só. A exclusão é consequência de uma combinação de factores sociais que levam à alienação do individuo. « (…)tende a ser excluído todo aquele que é rejeitado de um certo universo simbólico de representações, de um concreto mundo de trocas e transacções sociais.» (Fernandes, 1995: 17). Estes são os principais geradores de exclusão social. Outro factor menos abordado e que pode ser catalisador forte de discriminação social é a função integradora do emprego na sociedade, ou seja, um indivíduo que esteja desempregado pode ser vítima de algum tipo de discriminação social.
II. Aspectos históricos e contemporâneos do contexto de exclusão social em Portugal O ‘’boom’ do fenómeno urbano em Portugal é relativamente recente. Só na década de 50 do século XX, se verificou um crescimento da população urbana que veio a superar a população rural. Na década de 60 esse crescimento da população urbana foi intensificado como consequência do forte êxodo rural verificado. Este forte movimento do campo para a cidade levou a uma forte concentração populacional no litoral, particularmente em torno das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Esta situação provocou uma situação bicéfala (domínio de duas grandes cidades relativamente aos restantes centros) na estrutura urbana. Este desequilíbrio era fomentado pela ausência de cidades de média dimensão. O crescimento urbano em Portugal continua a ser dos menores a nível europeu. A rede urbana portuguesa insere-se claramente como uma
rede