A evolução do pensamento filosófico

A partir do surgimento da pólis grega, a qual pode ser considerada um instrumento político por excelência, houve alterações no plano intelectual de seus habitantes (sendo essa alteração permeada a outros povos depois de algum tempo). Por elas, ocorreu uma mudança nas relações sociais, visto que essas passaram a ter como fruto e, concomitantemente, como agente reabilitador, os debates públicos, sendo esses o principal motivo pela decadência das narrativas míticas. Através dos debates, é notado o surgimento de um pensamento mais racional, esquematizado, de maneira que foi necessário recorrer à arte da oratória com o intuito de fortalecer os argumentos utilizados. Tem-se, então a utilização das palavras numa perspectiva diferente, visto que essas agora servem como mecanismos através dos quais serão defendidos, utilizando a razão, um ponto de vista. Surge, para que isso seja possível, a ideia de “arché”, termo que, basicamente, significa “fundamento”, ou seja, qualquer ideia exposta deveria ser embasada em alguma coisa (diferente dos mitos, que, por sua autoridade religiosa, não necessita de fundamentos plausíveis, já que seu embasamento consiste na crença nas divindades sobrenaturais). Como consequência de todo esse esquema, observa-se, também, o surgimento de uma nova definição para “logos”, antes considerado “palavra”, e agora pode ser traduzida como “razão”, caracterizando, desse modo, a nova perspectiva que foi dada às palavras. Como fruto da política, é notável o vinculo recíproco entre essa e o logos. É preciso perceber que a arte da política só se realiza através da linguagem, sendo essencialmente produto dela. É possível então chegar ao raciocínio de que a razão, sendo consequência da evolução da manipulação das palavras, encontra como fonte de sua existência o processo político. A retórica e a sofística, meios utilizados para garantir a primazia de uma ideia nos debates, acabam por dar respaldo à futura lógica aristotélica, baseada nos silogismos, sendo