A evolução das personagens animadas junto à indústria do entretenimento
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2 A evolução das personagens animadas junto à indústria do entretenimento
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410891/CA
Os anos entre 1928 e 1940 costumam ser identificados pelos historiadores de Cinema de Animação como a era de ouro da animação. Neste período de apenas doze anos, o Cinema de Animação, estabelecido como arte cinematográfica, apresentou crescimento e desenvolvimento técnico e estético sem paralelo na história das artes visuais. O acréscimo de som aos filmes, na década de 1920, mudou toda a maneira de se conceberem as produções cinematográficas. Para o Cinema de Animação, entretanto, tal mudança foi fundamental para sua consolidação junto à indústria do entretenimento. A fórmula das séries de personagens — filmes episódicos de curta duração, mudos e sem cores, baseados em piadas visuais — já ameaçava cansar o público quando os desenhos que se movem começaram a falar, cantar e dançar, elevando as personagens animadas ao status de celebridades do cinema norte-americano. Todo estúdio cinematográfico de Hollywood passou a querer a sua própria estrela animada em seu elenco de artistas contratados. Em território norte-americano, a animação alcançaria a sua própria revolução industrial. Curiosamente, tal revolução se iniciaria justamente durante a Grande Depressão que atingiu a economia mundial.
Nas profundezas da depressão mundial, estes otimistas borrões de tinta animados ajudaram os cinéfilos a esquecerem seus problemas financeiros. Popeye e Betty Boop surgiram como os favoritos nesta época [início da década de 1930], e a música se tornou um componente-chave dos filmes animados. “Quem tem medo do Lobo Mau” tornou-se um grande sucesso — bem como um hino anti-depressão. [...] Era o começo da era de ouro do entretenimento desenhado. 54
BECK, Jerry (Org.). Animation Art, cit. p. 32. Tradução minha.
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Seguindo à frente do advento do som sincronizado nas obras de