A evolução da mente

A EVOLUÇÃO DA MENTE
STANLEY I. GREENSPAN
CAPÍTULO 4 - CRIANDO UM MUNDO INTERIOR
“(...) a própria disposição do individuo – por exemplo, a tendência de ser facilmente subjugado por sensações ou mostrar-se aparentemente insensível e necessitar de inúmeros estímulos – pode, também, determinar em parte o que permanece consciente e o que se torna inconsciente. Uma pessoa bastante ativa e que fica facilmente sobrecarregada tenderá a se culpar se algo der errado; já uma outra, de reação lenta, que anseia por ação, numa situação de conflito ou ansiedade poderá culpar os outros. Ambas, portanto, criam significados conscientes e inter-relacionados para lidar com uma percepção de sobrecarga ou fragmentação interna. Essas distorções vêm à tona em parte devido à forma como funcionam seus sistemas nervosos, mas também devido ao grau de domínio da capacidade de fazer conexões. Aqueles que não dominaram a capacidade de conectar idéias podem ficar mais predispostos a projetar seus desejos nos outros, ou internalizar pensamentos e desejos dos outros.
(Pág. 136)
“Relacionamentos que alimentam a mente de uma criança em desenvolvimento normal acabam abrindo caminho para a auto- reflexão, um novo nível de consciência. A partir desse estágio, dependendo do detalhamento e da profundidade do mapeamento interno e da complexidade das conexões internas formadas na mente, surge a possibilidade de um Shakespeare, um Picasso ou um Novaton, bem como a capacidade de apreciar a obra de qualquer um deles. A fonte das possibilidades únicas que se abrem a todos os seres humanos não reside na bioquímica nem no sobrenatural, mas num processo natural composto de maturação física e interação humana.
Quanto mais variadas e recíprocas essas interações, mais rica será a auto-imagem do individuo e mais abrangente sua consciência. É claro que ninguém experimenta um desenvolvimento uniforme e padrão em todas as áreas da vida mental. Não existe uma educação perfeita, tampouco interações isentas da própria