A Esquerda Que N O Teme Dizer Seu Nome
Safatle, Vladimir.
O autor inicia com uma problematização. Afirma ele que o senso comum entre os acadêmicos e intelectuais é de que o pensamento ou a linha ideológica da esquerda se esgotou, ou que, a esquerda só existiu de fato, devido as condições que os governos autoritários proporcionaram, porém ele sublinha que na realidade, muitos destes intelectuais que afirmam o supracitado, na verdade nunca tiveram uma postura adequada para expressar o que realmente pensavam e pensam, nunca disseram na realidade suas opiniões de fato, intelectuais estes que seriam de direita liberal.
Afirma ainda (Safatle), que é difícil praticar uma esquerda popular quando ao momento em que assumem o poder, se vislumbram com a luxúria de imóveis milionários, vinhos, cordialidades diplomáticas e outros.
Safatle defende (marxistamente) a práxis da teoria, pois praticando o pensamento esquerdista estamos concretizando a teoria, e saindo da inércia intelectual que a direita liberalista e dirigente nos impõe.
O discurso esquerdista atual passa obrigatoriamente pela abordagem de uma sociedade mais igualitária. Assim, a esquerda deve ser indiferente as diferenças sociais. A diferença entre o maior e o menor salário (que no Brasil chega a ser de 100 x) não poderia passar de 20 x (como um candidato à presidência da França o propôs em 2012). Óbvio que o discurso liberal vai sempre (assim como o faz) afirmar que seus ganhos são compatíveis com seus méritos.
O autor afirma que a distinção social inerente a identidade política de uma povo sob um sistema político vigente é extremamente falho e segregatício, típico das direitas liberais. Logo, a pratica politica da esquerda atuante deve blindar-se contra esta distinção cultural, e mais uma vez ser indiferente às indiferenças.
Desta forma, Safatle exprime que uma sociedade verdadeiramente multicultural, é uma sociedade que universaliza o multiculturalismo para todas as esferas, e não se prende as questões