A escrita chinesa
1500 antes de nossa era e constituída em sistema coerente entre 200 a.C., e 200 d.C., é perceptivelmente a mesma que os chineses lêem e escrevem hoje.
No atual Egito, assim como na Mesopotâmia contemporânea (o Iraque), a escrita árabe tomou o lugar há muitos séculos dos hieróglifos e do cuneiforme. Mas a escrita chinesa é a mesma e sempre escrita chinesa. Certo, em outros tempos, os caracteres chineses eram traçados – mais exatamente lindamente desenhados – tradicionalmente com pincel e tinta (da China!); hoje, os chineses utilizam uma caneta ou uma esferográfica. Certo, as máquinas de escrever e de imprimir são dotadas de caracteres sem grossos e finos, mas, na essência e salvo modificações encontradas para simplificar, a escrita chinesa continua fiel a suas origens.
Como os egípcios, os chineses, atribuem um nascimento lendário à sua escrita.
Segundo a lenda, três imperadores estariam na origem da escrita, notadamente o imperador
Huang-Che, que teria vivido no século XXVI a.C. e teria encontrado a escrita após haver estudado os corpos celestes e objetos naturais, em particular os vestígios, as pegadas de pássaros e animais. Segundo o poeta Wu Weiye, aparentemente a pior das invenções:
“Huang-Che chorava na noite: tinha por quê.”.
Muito mais esclarecedora foi a descoberta acontecida após a cheia de um afluente do rio
Amarelo em 1898-1899 que revelou fragmentos de cascos de tartaruga e omoplatas de cervo.
Sobre esses fragmentos, estavam gravadas inscrições, os mais antigos traços da escrita chinesa. Viviane Alleton, especialista em escrita chinesa, conta que “os sacerdotes gravavam suas perguntas sobre uma das faces do casco de tartaruga, aproximavam a outra face do casco do fogo (aceso a leste) e a resposta à pergunta feita deveria ser deduzida segundo os estalos e rachaduras produzidos pelo calor. (...) Os caracteres da indagação eram