A ESCRAVIDÃO: UMA AMEAÇA A FAMÍLIA DOS SENHORES DE ESCRAVOS EM AS VÍTIMAS ALGOZES
990 palavras
4 páginas
A obra As Vítimas Algozes do autor Joaquim Manuel de Macedo, autor de onze livros, dentre eles o clássico A moreninha, que inaugurou a ficção romântica no Brasil. Foi escrito na segunda metade do século XIX, e publicado em 1869, dezenove anos antes da abolição da escravidão. As Vítimas Algozes é uma obra composta por três histórias que ilustram não apenas a realidade vivida pelos escravos como também o mal que a escravidão fazia aos próprios senhores. “Queremos agora contar-vos em alguns romances histórias verdadeiras que todos vós já sabeis, sendo certo que em as já saberdes é que pode consistir o único merecimento que porventura tenha este trabalho;” (MACEDO, 2012. pag. 5)
A obra pertenceu ao período romântico, um dos mais importantes para o Brasil, e não agradou o público oitocentista recebendo várias críticas que foram publicadas na imprensa. Sendo considerado por Ubiratan Machado como “o livro mais atacado pela crítica durante o período romântico” As Vítimas Algozes é ao seu modo um romance abolicionista, não daquele abolicionismo que se encontra nas obras de poetas como Castro Alves, entre outros. O romance abolicionista de Macedo quer convencer os seus leitores de que é preciso libertar os escravos não por razões humanitárias, mas porque os cativos, sempre presente dentro das casas-grandes e sobrados, introduzem a corrupção física e moral no seio das famílias brancas. O autor expressa assim a idéia de que a escravidão produz vítimas algozes e deve ser gradualmente extinta, sem prejuízo para os grandes proprietários de terra. Em um tom conservador e usando personagens como a escrava Lucinda, o autor defende a tese de que a escravidão cria vítimas oprimidas socialmente, mas com uma perversão lógica, imoral e com influência corruptora.
“O outro mostra a seus lados os vícios ignóbeis, a perversão, os ódios, os ferozes instintos do escravo, inimigo natural e rancoroso do seu senhor, os miasmas, deixem-nos dizer assim, a sífilis