A Escravid O Na Africa E O Trafico
A substituição da mão-de-obra escrava indígena pela africana ocorreu, progressivamente, a partir de 1570. Outro fator bastante importante, se não o mais importante, na substituição de mão-de-obra indígena pela africana, era a necessidade de uma melhor organização da produção açucareira, que assumia um papel cada vez mais importante na economia colonial. Para conseguir dar conta dessa expansão e demanda externa, tornou-se necessária uma mão-de-obra cada vez mais especializada, como a dos africanos, que já lidavam com essa atividade nas propriedades dos portugueses, na Ilha da Madeira, litoral da África.
O tráfico de escravos era uma das formas de comércio, altamente lucrativa, já exercida pelos mercadores fenícios. Nas sociedades mediterrâneas grega e romana, os escravos constituíam um importante “artigo” comercial. Os indivíduos eram capturados em incursões noutros territórios, nas guerras ou vendidos pela aristocracia tribal. Os seres humanos, incluindo crianças, eram negociados nos mercados como animais ou qualquer outra mercadoria. Em alguns centros de comércio havia mercados especiais de escravos.
1 ESCRAVIDÃO NA ÁFRICA
A escravidão é um prática que remete à existência das primeiras civilizações do mundo. Gregos, romanos, egípcios, persas, entre outros, todos escravizavam. Escravizavam sobretudo aqueles que eram vencidos em guerras ou que contraíam dívidas e não honravam os seus compromissos. No continente africano, não era diferente.
Já na Idade Antiga, havia várias civilizações no continente africano que tinham como uma de suas práticas o comércio de escravos. Essa prática intensificou-se com o tempo. Na Idade Média, novos reinos formaram-se na África, e a escravidão africana ganhou novas proporções, sobretudo com a penetração dos muçulmanos na região. Os povos muçulmanos estão entre os maiores escravizadores da história.
Quando os representantes do Império Português lançaram-se ao negócio do tráfico de escravos africanos, eles compravam