A escola dos annales
Rejane Cristine Santana Cunha1
1 INTRODUÇÃO
Dentro do processo histórico, os estudos da história universal se voltavam para ícones da sociedade cristã ocidental que se delineavam a uma trajetória única, progressiva, elegendo o macho, o branco, o europeu, o burguês como O MODELO. A imposição desse padrão na construção identitária causaria a representação afirmativa da cultura ocidental, a qual lutava por uma sociedade homogênea. A contribuição da história social foi inegavelmente promissora para a quebra dessa representação no imaginário social do mundo ocidental, já que assume o papel de pesquisar e recuperar personagens históricos invisíveis - sem voz, negados em todo seu contexto histórico social. Segundo Elaine Rocha (2008) em seu artigo A Captura de Novos Sentidos na História, a história social assume o papel de estudar e recuperar personagens históricos invisíveis em todo contexto social. Fatores como descolonização, fluxo migratório, genocídios, questões étnico–raciais se inseriram nas discussões interdisciplinares, nas trajetórias e problemas das sociedades emergentes. A historiografia aparece nesse limiar rompendo com os moldes da história universal, uma vez que a manifestação desses outros ameaçou a ordem de quem os excluía.
A historiografia tem sido chamada para responder questões específicas das sociedades humanas que, por muito tempo, permaneceram submersas sob o ícone da História Universal e outras
1
Mestranda em História Regional e Local – UNEB. Orientanda da Profª. Dra. Suzana Severs. E-mail: resantana110@hotmail.com
Página |2 categorias generalizantes e reducionistas que pretendiam sintetizar a aventura humana na terra (ROCHA, 2008, p. 01).
O interesse pela história social vem se expandindo pelas décadas de 50/60. A busca por pesquisas que abranjam aspectos culturais, em especial, gênero e etnia é crescente. A história de grupos que compõem as minorias tem sido alvo