a era dos imperios
O marco da longa carreira de historiador situa-se nas suas três principais obras que relatam de uma forma acessível e inebriante a história do século XIX: A Era das Revoluções (1789-1848), A Era do Capital (1848-1875) e A Era do Império (1875-1914). É precisamente sobre este último trabalho que incide esta recensão e que, a todo o esforço, tentará sintetizar, compreender e enquadrar todas as situações inovadoras e consequentes problemas nascidos e criados no século XIX e princípios do século XX.
Reconstituir o passado para melhor entender o presente é a principal tarefa que ocupa a tempo inteiro os historiadores contemporâneos, mesmo que para isso tenhamos que nos sobrepor aos mais complicados desafios, ultrapassando as mais enigmáticas barreiras do passado. No entanto, períodos existem em que é difícil perceber onde de facto começam as interligações com o tempo que já terminou e aquele que agora começa, levando muitas vezes ao erro de se romper com as eras anteriores, iniciando uma nova época sem bases, como que surgida do nada. Na verdade, são estas rupturas que muitas vezes encontramos nas obras de quem faz história e que, consequentemente, dificultam a percepção de uma continuidade do tempo, a continuidade que Hobsbawm precisamente defende em todas as suas obras. A Era do Império não constitui excepção e tem a pretensão de apreciar o século XIX como medida de tudo aquilo que se