A Era do Rádio
Nascido como meio de elite – cultural e educativo –, se mantinha com mensalidades pagas pelos que possuíam aparelhos receptores ou por eventuais doações. Com o advento da publicidade, as emissoras transfiguram seu conteúdo – o ‘erudito’, passa a ser ‘popular’ – e passam a se organizar como empresas para disputar o mercado.
Protagonista da década de 40, o rádio já era fenômeno de massa e suas mensagens alcançavam a mais ampla divulgação. Os programas de auditório, as radionovelas, as minisséries, entre tantos outros programas que constituíam a gama diferenciada da programação, atraíam, cada qual, integrantes dos mais heterogênios grupos – caricaturados no filme como os membros da família de Allen.
Políticos no mundo inteiro passam a ver o rádio como meio propagador de ideias. No Brasil, Getúlio Vargas é o primeiro governante a ver a grande importância política no rádio. Em 1932, com a criação do o DOP – mais tarde transformado em Departamento de Propaganda e Difusão Cultural – e ‘A Hora do Brasil’ – atualmente, ‘Voz do Brasil’, Vargas investe no meio a fim de difundir os feitos do governo. No início dos anos 40, os alemães passam a utilizar o rádio para disseminar os ideais nazistas.
Toda a importância atribuída ao meio era consequência da credibilidade do meio no contexto histórico, social e cultural da época. Acreditava-se piamente em tudo o que era dito no rádio. Os recursos sonoros valiam da dramaticidade para funcionar no imaginário do ouvinte, criando imagens mentais. O filme exemplifica bem a situação com a notícia da menina que caiu no poço. O