a emergencia do terceiro setor
O argumento mais utilizado, de cunho essencialmente neoliberal, é o da ineficiência, pouca eficácia e improdutividade do sistema educacional público, justificando, assim, a abertura do espaço público ao privado, como se este fosse mais eficiente por natureza do que aquele. Referendando essa discussão, Gentilli (1998) argumenta que:
Na ótica neoliberal, essa crise expressa a incapacidade estrutural do Estado para administrar as política sociais. Esse fato, sendo um atributo geral do assistencialismo estatal, expressa-se com uma peculiaridade própria no campo educacional: a crise de produtividade da escola não sintetiza outra coisa senão a crise do centralismo da burocratização, própria de todo Estado interventor. Os governos foram, segundo essa perspectiva, incapazes de assegurar a democratização mediante o acesso das massas às instituições educacionais e, ao mesmo tempo, a eficiência produtiva que deve caracterizar as práticas pedagógicas nas escolas de qualidade.
Nesse aspecto, o desmonte das políticas sociais efetivado pela política neoliberal instituiu a emergência de um setor público não-estatal – ou Terceiro Setor, cujas transformações têm alterado o papel social do Estado, assim como as relações deste com a esfera privada e com a sociedade civil. Segundo Falconer (1999); Gohn (2008), o setor que se formou difere das organizações existentes desde tempos remotos com fins assistenciais no