A educação pode mudar
Jair Militão da Silva
Mestre em Filosofia da Educação pela PUC/SP e
Doutor em Educação pela USP
O autor inicia fazendo um retrato da educação nos últimos 50 anos, que tem sofrido mudanças significativas em decorrência das demandas sociais em nível mundial.
Retoma os anos 50, quando se inicia um amplo esforço tanto dos governos quanto da sociedade, especialmente no Ocidente, para a afirmação da democracia, entendida como a implantação da liberdade e da igualdade das relações sociais.
Segundo o autor, “O indicador do grau de igualdade e de liberdade em dada sociedade será o da participação dos cidadãos nas decisões que afetem a vida de cada pessoa e de cada nação.” A educação escolar afetada por esse ambiente social, político e cultural, apresenta três modalidades de demandas:
• democratização do acesso;
• democratização da permanência;
• democratização da gestão.
No Brasil essas demandas podem ser registradas mais propriamente a partir de 1960 e se prolongam até nossos dias, sendo reafirmadas mais vigorosamente nos programas partidários, em políticas públicas e movimentos sociais. O autor traz como exemplo o recente projeto
Todos pela Educação, com suas cinco metas.
É possível registrar, portanto, que a sociedade brasileira emprestou credibilidade a essas demandas, assumindo-as como esforço nacional, e, desse modo, nós, educadores, não podemos ficar indiferentes ao que a população brasileira pede de nosso trabalho.
Democratização do acesso
A democratização do acesso foi entendida como nenhuma criança em idade escolar fora da escola, e aqueles que não tiveram escolarização na idade adequada devem retornar à escola como direito inalienável de acesso ao patrimônio cultural do país.
Mesmo considerando que essa meta esteja praticamente atingida, é importante, todavia, recordar o que pode ser chamado demanda passiva, composta por aquelas crianças e jovens que não buscam ativamente uma vaga nas