A educação física na escola e a formação do cidadão
SURAYA CRISTINA DARIDO
Rio Claro 2001
INTRODUÇÃO
De uns vinte anos para cá, muito tem sido alardeado, de que a Educação Física não é mais aquela. Qual é este novo aspecto? E qual o anterior? Em linha gerais, começando de trás para frente, podemos afirmar com alguma segurança que atualmente, a Educação Física têm os mesmos problemas de muitas outras áreas do conhecimento; é permeada por crises paradigmáticas; realiza uma série de eventos científicos e acadêmicos para discutir os seus próprios problemas; apresenta uma série de novas publicações, quer em forma de livros, quer em artigos em revistas científicas; têm programas de pós-graduação na área (se não são muitos, em torno de 10), é o suficiente para trazer a tona uma série de questões e formar um número razoável de mestres e doutores; apresenta áreas de estudo razoalvemente demarcadas, com Congressos e Associações próprias, exemplos: Encontros e Congressos nas áreas de História da Educação Física, Lazer, Biomecânica, Fisiologia do exercício, Educação Física escolar, e outras áreas. Apresenta grupos de origem ideológica diversos, embora está divisão já esteja menos acentuada, enfim, em menos de 20 anos, avançamos no debate e no embate. Neste contexto de transformações podemos também nos questionar como estas mudanças se refletiram na prática concreta da Educação Física na escola. Ela mudou? De quê forma? É o que veremos.
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Como inimigo comum, (e aqui cabe um parênteses, tenho impressão que ao longo destes vinte anos, buscamos enfrentar muitos mais os pontos discordantes do que os acordos), entendo que buscávamos, acima de qualquer questão, alternativas para o então modelo vigente - esportivista, tecnicista, ou tradicional (dependendo do autor eram assim nomeados), e da perspectiva biologicista ou modelo da aptidão física (Resende, 1994). Muitas foram as críticas a estes modelos, do ponto de vista filosófico, Santin (1987) e Bruhns (1989), por