A Educação em valores como movimento de Renovação Pedagógica
Maria Alba Guedes Machado Mello
INTRODUÇÃO
Os valores, a ética e a moral são temas sempre recorrentes entre filósofos, cientistas políticos e também entre pessoas comuns. Em todos os momentos de mudança de paradigmas, a questão ética sempre emerge com força na pauta de discussão em todos os âmbitos da convivência humana. A Ética faz parte de um campo de estudos filosóficos (axiologia), cuja teoria é a Moral, mas apela ao campo político e histórico porque fundamenta o sentido da vida e o entendimento do mundo, além de ser a referência para elaboração de leis em todas as sociedades humanas.
Na história da humanidade, dois marcos são paradigmáticos: primeiro quando a Filosofia desbancou o logos mítico, na Grécia Antiga (séculos VI e V a.C.), na forma de entender e interpretar o mundo e o sentido da vida; apesar dos filósofos pré-socráticos terem sido os responsáveis pela fundação da Filosofia, foi Platão, com a criação da Academia, quem estabeleceu o estudo sistemático da Filosofia e lhe deu implicações políticas. E, segundo, na Modernidade, quando a narrativa científica substituiu a teológica.
O conceito de indivíduo, dotado de subjetividade e autonomia, aportado pelos três grandes acontecimentos que inauguram a Modernidade (Reforma Protestante, Iluminismo e Revolução Francesa), consolidou-se com as proposições filosóficas de Descartes, Locke e Rousseau, e as da Psicologia, com Freud.
Entretanto, tais paradigmas da Modernidade, também entraram em crise, o chamado mal estar da civilização. Taylor (1994) aponta três elementos explicativos para a crise da Modernidade: a fragmentação / atomização do sujeito moderno, como conseqüência do seu exacerbado individualismo; o desencantamento do mundo, que significa a perda do sentido da vida, conforme demonstrou Nietzsche no conjunto de sua obra; e a chamada “jaula de ferro”, que é a interpretação sociológica de Max Weber do mundo moderno, na qual