A educação de sofia
A Educ aç ão de Sof ia
A Educação da Sofia de Rousseau e da Lotte de Goethe:
Pode o Romantismo Ser Reacionário?
Ana-Isabel Aliaga-Buchenau
O Romantismo é freqüentemente visto como rompimento com a ordem estabelecida, como mudança revolucionária do até então existente. Diz- se que ele se contrapõe às idéias postuladas por representantes do
Iluminismo e Neo- classicismo(1). No mundo da pedagogia, a obra de Rousseau, Émile, constituiu- se numa espécie de revolução. Neste ensaio mostro que as noções de Rousseau são novas e inovadoras somente com referência à educação de meninos. Ao contrário, sua visão acerca de meninas e mulheres é bastante reacionária. Uma comparação entre Sofia, a menina em Émile de Rousseau, e Lotte, a heroína em The
Sufferings of Young Werther de Goethe, apresenta semelhanças entre as duas jovens mulheres. Eu postulo que o Romantismo é basicamente reacionário, como pode ser visto nesta comparação.
As idéias de Rousseau são realmente revolucionárias quando comparadas à situação da educação das crianças e dos métodos educacionais do século XVIII, como descrito na seguinte citação:
“A prática em uso era [os bebês] serem cuidados por amas- de- leite...que freqüentemente negligenciavamnos terrivelmente. Higiene, realmente não existia... tanto eles continuaram sendo protegidos de certos males como ar frio e exercícios, como eram espancados por desobediência...Se eles estivessem ou não felizes, era... extremamente irrelevante”(2).
Rousseau se opôs a cada aspecto dessa forma de educação, sugerindo a amamentação de bebês, roupas folgadas, aprendizagem pela experiência e, o mais importante, o objetivo de fazer as crianças felizes. Uma das mais revolucionárias contribuições de Rousseau é que ele vê as crianças como crianças, que acredita que elas são boas por natureza, e que a educação deveria ser “negativa”. Isto é, um educador deveria incrementar as boas inclinações de uma criança, não a instruindo e dirigindo