A economia do Rodoanel 2
A economia do Rodoanel
A maior obra viária do País está quase pronta. Vai reduzir em 30% o custo logístico das empresas e abrir novas fronteiras imobiliárias
Por Amauri Segalla e Flávia Gianini
Nos últimos anos, poucas obras viárias no Brasil custaram tanto e causaram um impacto tão significativo em alguns setores econômicos quanto o Rodoanel de São Paulo, rodovia que une as estradas que chegam à maior cidade do País. Segundo um estudo do governo de São Paulo, de 2002, ano em que o primeiro trecho do Rodoanel foi inaugurado, até 2005, o Produto Interno Bruto dos municípios cortados pela rodovia aumentou 30%. É o triplo da média brasileira. Na semana que vem, uma nova etapa da obra deve ser inaugurada.
Trata-se do chamado trecho sul, uma ligação de 57 quilômetros entre as estradas que vêm do interior paulista e do litoral. O projeto consumiu R$ 4,86 bilhões (quase quatro vezes mais do que o trecho anterior) e exigiu um contingente de 41 mil trabalhadores. E tudo isso para quê? Para reduzir os engarrafamentos em São Paulo, um problema tão grave que já ameaça comprometer o próprio desenvolvimento da cidade.
Trecho sul: a obra cruza a Represa Billings, que abastece a cidade de São Paulo Com o trecho sul do Rodoanel, a quantidade de caminhões na Avenida dos Bandeirantes e na Marginal Pinheiros, duas artérias por onde os veículos pesados são obrigados a passar para chegar ao porto de Santos, poderá diminuir em até 47%. Isso é ótimo para toda a cidade, mas os impactos positivos do Rodoanel transcendem a questão da fluidez do trânsito.
Para um grande número de empresas – e para as próprias localidades que serão cortadas pela nova rodovia –, a obra tem um valor estratégico. “Para empresas de praticamente todos os setores, o Rodoanel vai proporcionar muitos ganhos”, diz Mauro Arce, secretário de Transportes de São Paulo.
Um estudo realizado pela consultoria Qualilog confirma