A economia brasileira ainda anda em marcha lenta
São Paulo - Após um período de crescimento minguado que vem desde 2011, causaram surpresa os indicadores positivos da economia divulgados no fim de agosto. O produto interno bruto cresceu 1,5% no segundo trimestre do ano, ante o trimestre anterior. Mais alvissareira foi a constatação de que boa parte desse avanço foi puxada pelos investimentos — outro empurrão veio do desempenho do agronegócio, que cresceu 3,9%.
Embora não seja o caso de apelar para o mau humor de Holden Caulfield, personagem do clássico americano da literatura O Apanhador no Campo de Centeio, que disse que “as pessoas sempre batem palmas pelas coisas erradas”, convém conter o entusiasmo. Em primeiro lugar, porque não há evidências de que a economia brasileira tenha engatado uma recuperação firme.
O terceiro trimestre voltou a mostrar sinais desanimadores, como um recuo da produção industrial em julho e o esfriamento da demanda por máquinas e equipamentos. Ninguém espera a repetição da boa taxa de expansão econômica do segundo trimestre — a expectativa neste terceiro está mais para estagnação ou até ligeiro recuo.
Com isso, os prognósticos do ano todo subiram para um crescimento ainda tímido de 2,4% do PIB — bem melhor do que o parco 0,9% de 2012, mas muito aquém do ritmo que o país de fato precisa para se desenvolver.
A cautela deve ser aplicada especialmente quando são analisados os dados sobre investimento. Houve uma recuperação no índice referente à economia como um todo: a taxa anualizada do investimento em junho chegou a 18,6% do PIB — ante 18,1% no fim do ano passado. Mas esse avanço foi obtido partindo de uma base baixa — o índice chegara a 19,5% em 2010.
O outro fator de preocupação diz respeito ao estado de ânimo dos investidores. Dois estudos