A DOCE FRANÇA
A doce França
Neste capítulo, o autor Hilário Franco Júnior, bacharel e doutor em História pela Universidade de São Paulo, mostra como se deu a formação da França a partir de uma visão mais cultural, trazendo desde a divisão do império de Carlos Magno com o Tratado de Verdun, que originou então a ‘Francia occidentalis’. O autor apresenta uma França que nasceu mesmo antes de estar unificada, pois os habitantes adquiriram um espírito nacional O autor discorre dentro das variedades locais, mostrando as constantes e as variáveis dentro do espaço-temporal e, as variáveis culturais dentro de uma pluralidade a caminho da unidade.
Nesse período na França, estava presente entre a população um sentimento de superioridade sobre outras terras, mas nos séculos XI- XII não era a consciência dos povos sobre essas especificidades, e sim a aplicação da noção de pátria a todo o reino e o reconhecimento por parte da Igreja.
Entre as características básicas presente em todo o Ocidente medieval cristão, é possível observar que algumas não eram exclusivas da França, não sendo também uniformes, eram as mesmas estruturas, porém variavam conforme as modalidades locais. A população apresentava duas características: era basicamente rural, 90 % vivia no campo, e apresentava uma alta taxa de natalidade seguida de uma alta e oscilante taxa de mortalidade. A economia era essencialmente agrícola, apresentado três características: unidade produtiva era o senhorio, a mão de obra era formada basicamente por servos e a produção estava centrada nos cereais, seguido pela horticultura, pecuária e coletas de frutos silvestres. A sociedade estava dividida nas três ordens segundo Laon, oradores, guerreiros e trabalhadores. A vassalagem era a principal instituição social, que apresentava caráter de laço familiar, “na qual as relações pessoais prevaleciam sobre