A ditadura do carro no espaço urbano
“Muitos acidentes e alguns caminhões quebrados contribuíram para o recorde de congestionamento de 2007 em São Paulo. Na manhã desta sexta-feira, 2, o índice de lentidão bateu dois recordes. Às 9 horas, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 151 quilômetros de lentidão, sendo que o horário tem média de 100 quilômetros. Antes, às 8h30, horário com média de 94 quilômetros, foram registrados 129 quilômetros de lentidão. O terceiro maior índice registrado em 2007 aconteceu no dia 6 de fevereiro, também às 8h30, com 109 quilômetros. Na manhã desta sexta-feira, os piores trechos de lentidão estavam concentrados na Avenida Radial Leste e na Marginal do Tietê. A pista sentido centro da Radial estava com quase 15 quilômetros de lentidão, da Rua Divinolândia até a Praça Pérola Byington. Já a Marginal do Tietê estava com as duas pistas sentido Ayrton Senna com cerca de 11 quilômetros de lentidão, indo da Rodovia Castelo Branco até a ponte da Casa Verde. Outro ponto com lentidão na Marginal do Tietê estava na pista expressa, no sentido Castelo Branco, indo do Viaduto Milton Tavares de Souza até a Rua Profº Milton Rodrigues, com quase dez quilômetros de trânsito lento. Também no sentido Castelo, mas na pista local, a lentidão ia do Hospital Vila Maria até a Ponte Casa Verde, com mais de oito quilômetros de congestionamento”.1
Como percebido, a notícia acima foi fruto de um dia caótico no trânsito de São Paulo. Essa notícia, por mais que ela seja de espantar, não representa uma
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Jornal Agora - 03/02/2007.
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novidade na rotina paulistana. Ao contrário, na mesma velocidade que essas linhas são escritas, mais carros são introduzidos no já saturado trânsito da urbe. O atual trabalho pretende discutir quais fatores contribuíram para a pintura desse quadro que hoje é ostentado pela cidade. Numa regressão aos primórdios do automóvel e vindo até os dias atuais, o presente trabalho procura reconstruir todo traçado que esse veículo tomou. Além