A dinâmica capitalista: crise de 2008
Dirigido por Charles Ferguson, em formato de documentário, Inside Job, de maneira provocante e inteligente, mergulha nas entranhas do prelúdio da crise culminada em 2008, a qual deixou grandes marcas ainda não apagadas pelo tempo. Premiado com o Oscar de 2011, Inside Job revela, dando declaradamente nome aos bois, os grandes personagens e as renomadas instituições envolvidas em acobertar uma grande e devastadora tempestade econômica. Com generosas cifras em suas poupanças; governantes – figuras já praxe da corrupção, aliados a agentes reguladores e, surpreendentemente, apoiados por figuras ilustres do meio acadêmico, responsáveis em propagar o conhecimento e comportamento a inúmeros futuros profissionais, juntos foram responsáveis em disseminar o falso cenário de que tudo estava bem, mesmo com iminente crise financeira. Acreditando que tudo estava sob controle, as pessoas continuaram a manter um padrão de vida extravagante sem se preocuparem com o amanhã, o qual prometia grandes turbulências. Essa dinâmica foi comandada e acompanhada de perto pelas instituições financeiras, as quais gananciosamente comandaram toda a trama. O sistema bancário, estrategicamente, iniciou um programa de concessão de crédito independente do histórico e poder de pagamento das pessoas, desencadeando mais tarde na famosa crise financeira alcunhada de a crise do subprime. Sem dúvida, a grande protagonista desse espetáculo de horrores foi à desregulamentação a qual perversamente tornou e ainda torna o sistema capitalista o mais injusto e desumano possível. A filosofia da desregulamentação segue os princípios do neoliberalismo o qual defende a idéia da redução do intervencionismo do Estado na economia, à privatização das estatais como indústrias de base, usinas hidrelétricas, as concessionárias de energia e até mesmo segmentos delicados como saúde e educação. De forma geral, a desregulamentação enfraquece a soberania dos Estados e