A descoberta do iodo
A descoberta de tal elemento deu-se de forma acidental. Em 1811, o grande químico francês Bernard Courtois (1777-1838), procurando uma fonte mais rentável e barata para a obtenção do potássio (K), com intuito de produzir salitre (nitrato de potássio - KNO3) para os exércitos de Napoleão, encontrou nas algas que viviam nas costa atlântica da França uma grande fonte. De tempos em tempos, os tanques que eram usados na extração de potássio de cinzas de algas criavam uma borra que tinha de ser limpa com ácido. Um dia, quando um ácido mais forte que o normal foi usado para limpar os tanques, viu-se uma imagem surpreendente: fumaças violáceas subindo do tanque e, onde entravam em contato com superfícies frias, condensava-se e depositavam-se cristas escuras de aparência metálica. Courtois percebeu que algo incomum havia ocorrido e coletou a substância de tais cristas para posteriores pesquisas. Devido a exigência do trabalho e a falta de facilidades de laboratório, Courtois não prosseguiu com a investigação sobre a nova substância, porém, encaminhou-a à dois amigos também químicos do Instituto Politécnico de Paris, C. Desornes e N. Clement. Esses dois químicos descreveram o interessante e novo material obtido de algas em um trabalho publicado em 1813.
Nessa época, coincidentemente, o célebre químico inglês Sir Humphry Davy (1778-1829) estava em Paris e Clement deu-lhe um pouco da misteriosa substância. Joseph Louis Gay-Lussac (1778-1850) (retratado na fotografia acima), um dos maiores químicos franceses de todos os tempos, soube do fato, não querendo que o inglês ganhasse prioridade com a descoberta potencialmente importante, foi à Courtois e obteve desse uma amostra dos cristais. Depois de rápidas e intensas investigações, Gay-Lussac anunciou que um novo elemento químico havia sido descoberto e sugeriu o nome iodo (do grego iódes, cor violeta), preferindo a terminologia -in para fazer-se conforme o nome de seu primo químico o cloro (Cl).