A descoberta do fósforo
A grande angústia do HOMEM é o medo da morte. Portanto, creio que seu maior desejo é o de encontrar um meio de conquistar a vida eterna. A busca para realizar esse desejo era o objetivo da Alquimia, uma protociência, antecessora da Química, e cujos primeiros trabalhos foram realizados pelos alquimistas chineses, há mais de dois milênios. Assim, incentivados pelos imperadores chineses que temiam o envelhecimento e, consequentemente, a morte, esses alquimistas buscavam encontrar a vida eterna por intermédio de um tipo de elixir, composto de ouro líquido e que deveria ser bebido e, desse modo, conseguir a eternidade. Porém, como esse metal era muito precioso, era, portanto, necessário encontrar uma forma de transformar qualquer metal nesse metal “divino”. Surgiu, então, a procura da pedra filosofal (PF) que seria capaz de eliminar a impureza dos metais ordinários e transformá-los em ouro líquido, o mais puro elemento da Natureza, pois não sofria corrosão. Além disso, “limparia as impurezas de uma pessoa, protegendo-a de doenças e conferindo-lhe imortalidade e pureza espiritual”. Como o ouro líquido deveria ser bebido pelo candidato à imortalidade e à pureza da alma, ele também era conhecido como o elixir da longa vida (ELV). A busca da PF continuou por muitos e muitos séculos até que, no Século 17 de nossa Era Cristã, ela produziu uma grande descoberta, porém não tão milagrosa quanto o esperado, quando o mercador e alquimista alemão Hennig Brand em 1669 fez a primeira tentativa de encontrar a PF/ELV usando a urina humana, talvez por apresentar uma coloração dourada, de fácil obtenção e, também, por já serem conhecidas algumas de suas propriedades, como, por exemplo, ela era boa fonte de salitre, necessário para remover gorduras, informação essa já conhecida desde os antigos romanos que a usavam para lavrar roupas. Desse modo, em 1669, Brand colheu vários barris de urina de soldados alemães (cerca de 5 mil