A (Des)Convicção da Política Externa Norte-Americana frente ao Conflito Sírio
As tensões geradas pela confirmação do uso de armamentos químicos contra civis na Síria, deixando cerca de 1400 mortos entre crianças e adultos, foram de encontro à “linha vermelha” imposta pelo presidente Barack Obama, ao definir que o uso destes resultaria em intervenção militar no país. Após os discursos de Obama e do secretário de Estado, John Kerry, a probabilidade de que ocorrerá um ataque nos próximos dias ou semanas é muito grande, restando agora saber de que forma essa ação se dará e quais serão suas consequências e implicações para a já complexa situação política e humanitária do Oriente Médio.
Obama e seus principais assessores têm afirmado que um possível ataque a Síria se daria de forma limitada, ou seja, não haveria o emprego de tropas e nem ataques aéreos, ao invés disso a ação se daria na forma de mísseis Tomahawks lançados pela Marinha dos Estados Unidos a instalações estratégicas do governo Assad, como, por exemplo, bases e depósitos militares. Além disso, os mesmos afirmam que o objetivo do ataque não seria a retirada do presidente sírio, Bashar al-Assad, do poder, mas apenas uma punição a este governo pelo uso de armas químicas contra sua população, o que já é um fato para a Casa Branca, mesmo que a própria ONU e diversos especialistas aleguem que não há como afirmar quem realmente utilizou as armas, se foram as forças do governo ou os oposicionistas.
A Casa Branca entende que mesmo que Assad seja um pária no Sistema Internacional, uma eventual derrubada de seu regime, por parte dos EUA, poderia tornar a situação muito mais complexa para a Política Externa dos Estados Unidos, pois além da insegurança regional que isto iria gerar o governo norte-americano possivelmente se veria obrigado a intervir de forma mais ampla, com o intuito de se criar um arcabouço institucional para que a democracia pudesse ser “construída”. Além disso, seria necessário levar um forte