A Denota O E A Conota O Revisado 1
ANHANGUERA
CURSO: TECNOLOGIA E SEGURANÇA
PROF. MS: JOSÉ RODRIGUES DE SOUZA.
DISCIPLINA: LEITURA E REDAÇÃO
Denotaçao e conotação
Leia o poema abaixo:
É noite. Sinto que é noite não porque a sombra descesse
(bem me importa a face negra) mas porque dentro de mim, no fundo de mim, o grito se calou, fez-se desânimo. Sinto que nós somos noite, que palpitamos no escuro e em noite nos dissolvemos.
Sinto que é noite no vento, noite nas águas, na pedra.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. Rio de Janeiro, J. Olympio, 1969. p. 88.)
Quando o poeta diz "somos noite", "é noite no vento, noite nas águas, na pedra", não usa a palavra noite no seu significado costumeiro: "período de tempo compreendido entre o pôr e o nascer do sol". Explora no poema os significados carregados de valor negativo que o termo "noite" evoca: o desânimo, a tristeza, o imobilismo e a morte.
Dizemos que o poeta deixa de lado o significado denotativo do termo "noite" e trabalha com seus significados conotativos.
Antes de tratar de denotação e de conotação, dois conceitos linguísticos muito úteis para compreender o significado de um texto, vamos discutir alguns aspectos relacionados à significação das palavras, também importantes para a interpretação do texto.
Significante versus Significado
Para entender esse par de conceitos, devemos levar em conta que o signo linguístico é constituído por duas partes distintas, embora uma não exista separada da outra.
Esse signo divide-se numa parte perceptível, constituída de sons, que podem ser representados por letras, e numa parte inteligível, constituída de um conceito.
A parte perceptível do signo denomina-se significante ou plano de expressão; a parte inteligível, o conceito, denomina-se significado ou plano de conteúdo.
Quando ouvimos, por exemplo, árvore, percebemos uma combinação de sons (o significante) que associamos imediatamente a um conceito (o