A demonstração e a Argumentação
A retórica readquiriu uma nova forma- como uma nova retórica. Essa nova retórica ajuda-nos a perceber em que medida é que se utiliza a demonstração (lógica formal) e a argumentação (retórica). A demonstração serve para levar alguém a uma conclusão necessária e universal. A argumentação, por outro lado serve para levar alguém a uma conclusão que apenas é preferível e razoável. Será necessário, então, entender as diferenças entre a demonstração e a argumentação. Argumentar e fornecer argumentos fundamentando uma opinião base, sejam argumentos a favor ou contra uma determinada tese. A demonstração diz respeito à verdade de uma conclusão ou pelo menos à sua relação com as premissas. Enquanto as deduções são isoladas de um contexto, a argumentação é necessariamente situada. É necessário que o orador queira exercer uma acção perante o auditório, isto é, perante aqueles que tem que influenciar. É necessário também que os auditores estejam dispostos a ouvir. Querendo persuadir, o que significa reconhecer-lhe as capacidades e as qualidades de um ser como a comunicação torna possível. A demonstração, no fundo consiste em mostrar a relação necessária entre a conclusão e as premissas; é do domínio da evidência, da necessidade, do constringente; caracteriza-se pela univocidade própria da lógica e das suas regras; permite uma única interpretação pela pobreza da linguagem formal; é independente da matéria ou do conteúdo; é impessoal ao nível da prova: a validade não depende em nada da opinião; é isolada de todo o contexto; é dominada pela autoridade lógica e é independente do orador e do auditório. Por outro lado, a argumentação visa provocar a adesão do auditório; é do domínio do verosímil, do plausível, do preferível, do provável; caracteriza-se pela equivocidade própria da linguagem natural; permite uma pluralidade de interpretações pela riqueza da linguagem natural; apresenta razões a favor ou contra uma determinada tese; é dependente da