A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento
Mikhail Bakhtin
François Rabelais (Chinon, 1494 — Paris, 9 de abril de 1553)
Foi um escritor, padre e médico francês do Renascimento, que usou, também, o pseudônimo Alcofribas Nasier, um anagrama de seu verdadeiro nome. Ficou para a posteridade como o autor das obras primas cómicas Pantagruel e Gargântua, que exploravam lendas populares, farsas, romances, bem como obras clássicas.
O escatologismo foi usado para condenação humorística. Suas ideias e anedotas enaltecem os prazeres físicos da vida: a comida, a bebida e o sexo, e satiriza o ascetismo religioso. "Beba sempre e você nunca vai morrer", escreveu no primeiro volume de "Gargantua".
Rabelais versou alguns dos problemas mais decadentes do seu tempo, como a vivência religiosa, a administração da justiça ou a guerra justa. Pretendeu libertar as pessoas da superstição e das interpretações adulteradas que a Idade Média alimentara. Atacou o génio da cavalaria, a mania conquistadora, o espírito escolástico e sobretudo o sistema de educação.
Em suma, Gargantua apresenta a saga de um gigante glutão boa-vida que é criado aos moldes das altas classes sociais do século XVI, e se destaca pelos seus exageros manifestos de várias maneiras. Os quatro livros de Pantagruel tratam do filho de Gargântua, que é muito semelhante a seu pai, mas como o espaço textual que lhe é dedicado é muito maior, ele passa por muito mais peripécias. O humor dessa obra se baseia em coisas como, glutonaria, excrementos, traição conjugal, citação de ditados populares, trocadilhos linguísticos, paródias religiosas, bebedeira, zombaria do clero e das classes altas da sociedade, palavras de baixo calão, indecências e exageros de toda espécie, tudo isso permeado por citações de literatura clássica.
“É melhor escrever sobre risos que sobre lágrimas, pois o riso é o apanágio do homem.”
(François Rabelais)
Resumo
Bakhtin chegou a conclusões bastante interessantes, especialmente a