A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais - Mikhail Bakhtin Por: Fernanda e Mirian
Por: Fernanda e Mirian
Mikhail Bakhtin (1987), em sua análise na obra A cultura popular na Idade Média e no Renascimento - o contexto de François Rabelais, diz que a compreensão do grotesco se dá pela cultura popular por concebê-lo como um corpo social que se opõe ao corpo clássico, a exemplo do Carnaval em que a proibição imposta pela sociedade dita elevada é transformada em alegria nos festejos carnavalescos, caracterizados pela inversão de valores, status, ordem, sexualidade, etc. Ao contrário da festa oficial, o carnaval era o fundo de uma espécie de libertação temporária da verdade dominante e do regime vigente, de abolição provisória de todas as relações hierárquicas, privilégios, regras e tabus. Era a autêntica festa do tempo, a do futuro, das alternâncias e renovações... (BAKHTIN, 1987, p. 8-9). No Renascimento, a utilização de expressões grotescas com forte referência às partes baixas do corpo, dejetos, entre outras, estava presente nas feiras, praças e festas e provisoriamente desfaziam as relações hierárquicas entre os indivíduos participantes. Nesses ambientes encontrava-se uma espécie de linguagem baixa e grosseira, típica do vocabulário familiar, “[...] isso produziu o aparecimento de uma linguagem carnavalesca típica, da qual encontramos numerosas amostras em Rabelais” (BAKHTIN, 1987,p.9).
Resenha da obra Já na introdução do texto, Bakhtin apresenta o problema e revela o objetivo principal da obra: entender a influência da cultura cômica popular na obra de François Rabelais, dentro do contexto do grotesco, fazendo-se necessário estabelecer as fronteiras da multiplicidade da cultura popular. De acordo como ele, as manifestações da cultura popular podem ser divididas em três categorias: as formas dos